sábado, 8 de novembro de 2008

ENGENHARIA AMBIENTAL

Como tomar uma decisão empresarial sem interferir nas questões ambientais que afligem o mundo? O tema é quente, tratado com reserva no mundo dos negócios e, por conta disso, a carreira do engenheiro ambiental ainda é nova. “É uma área de graduação muito recente. Por isso, grande parte dos profissionais experientes vem de outras carreiras, como eu, que sou engenheiro civil. Quando estudei, há trinta anos, fui treinado para domar a natureza, ou seja, para derrubar florestas e abrir estradas. Os tempos são outros. Há uma demanda muito grande por mais gente no mercado, pois o que está em jogo é o futuro da humanidade”, conta Fernando João Rodrigues de Barros, engenheiro civil especializado em engenharia ambiental da Master Ambiental, em Londrina (PR). Esse profissional promove o desenvolvimento econômico sustentável, ou seja, que respeita os limites dos recursos naturais. “Na prática, ele ajuda empresas ou órgãos públicos a adequarem seu funcionamento à legislação, que nessa área é muito nova. Além de as questões ambientais serem uma grande preocupação da sociedade, as empresas não querem ter sua imagem atrelada a impactos negativos na natureza. Na Master, lidamos com licenciamento na área de meio ambiente de empreendimentos imobiliários”, afirma Barros. O engenheiro que atua nessa área desenvolve e aplica tecnologias para proteger o ambiente dos danos causados pelas atividades humanas. A principal função é preservar a qualidade da água, do ar e do solo. O profissional realiza estudos de impacto ambiental e propõe soluções que visam ao aproveitamento racional dos recursos naturais. Além disso, elabora e executa planos, programas e projetos de gerenciamento de recursos hídricos, saneamento básico, tratamento de resíduos e recuperação de áreas contaminadas ou degradadas. Pode ocupar-se, ainda, do estudo de várias fontes de energia e da avaliação do potencial energético de uma região. MERCADO DE TRABALHO A procura pelo engenheiro ambiental é grande, principalmente por causa das exigências legais de proteção ao meio ambiente. Empreendimentos que exigem avaliações de impacto ambiental, como usinas termoelétricas, indústrias de base (química e petroquímica, de mineração, side rurgia e de papel e celulose) e grandes obras de infra-estrutura (rodovias e ferrovias), buscam cada vez mais o especialista para o controle de poluição. O mercado de crédito de carbono, mecanismo instituído para reduzir os níveis de poluição global, amplia as possibilidades para o profissional. “Para participar dessa área, as empresas precisam realizar cálculos de emissão e absorção de dióxido de carbono de seus processos industriais. E o engenheiro ambiental é capacitado para essa função”, diz Sueli do Carmo Bettine, coordenadora do curso de Engenharia Ambiental da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), em São Paulo. O especialista em tratamento de efluentes industriais tem boa chance de colocação. No setor público, há vagas em prefeituras, órgãos do meio ambiente, como o Ibama, e empresas estatais que atuam nas áreas de tratamento de esgoto e conservação e recuperação de áreas degradadas. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) tem aberto vagas na área de estudos climáticos. No setor privado, o graduado pode atuar em departamentos de planejamento e gestão ambiental de grandes indústrias, como as da área de exploração de petróleo. O engenheiro ambiental pode trabalhar em empresas de consultoria e auditoria ambiental, que atendem à demanda de serviços por parte, principalmente, de construtoras. “O boom imobiliário que o país vive tem impulsionado a construção, em grandes capitais, dos green buildings, edifícios planejados para racionalizar o consumo de água e energia. Esses projetos são coordenados e assessorados pelo engenheiro ambiental”, afirma Sueli Bettine. O profissional é solicitado ainda para trabalhos em equipes multidisciplinares, em que faz estudos de impacto ambiental. As oportunidades são maiores no Sudeste, em áreas de concentração industrial ou agrícola. Na região Norte, esse engenheiro é bastante procurado para trabalhar nos segmentos de mineração e na gestão de recursos naturais, que envolve a implantação de sistemas de tratamento de efluentes e a busca da certificação ISO 14.000, relativa aos cuidados com o meio ambiente. $ Salário médio inicial: R$ 2.300 O CURSO O currículo é multidisciplinar e engloba matérias das áreas de exatas, biológicas e sociais aplicadas. Assim, as aulas de matemática, física, química e estatística alternam-se com as de ecologia, geologia, hidrologia, topografi a e hidráulica. A partir do terceiro ano, o aluno aprofunda o estudo de conteúdos profissionalizantes que incluem o tratamento de resíduos, o cálculo de emissões na atmosfera e a avaliação de impactos ambientais, entre outros. A realização de estágio é obrigatória, assim como a apresentação de um projeto de conclusão de curso, que é desenvolvido nos três últimos períodos da graduação. O curso dura em média cinco anos. Outro nome: Eng. de Rec. Hídricos e do Meio Amb. O QUE VOCÊ PODE FAZER Bioprocessos e biotecnologia Avaliar os efeitos de um processo ou produto sobre o meio ambiente. Criar mecanismos para diminuir ou suprimir os impactos ambientais na produção industrial. Energia Avaliar diferentes fontes de energia e implantar o sistema mais adequado a uma região ou a uma atividade industrial ou agrícola. Controle de poluição Reduzir o impacto de atividades industriais, urbanas e rurais sobre o meio ambiente. Monitorar a qualidade da água e fiscalizar a emissão de gases que prejudicam a qualidade do ar. Planejamento e gestão ambiental Elaborar relatórios de impacto ambiental e planos para o uso de recursos naturais. Assessorar empresas, órgãos públicos e ONGs. Estudar meios de reutilização de resíduos, para otimizar a produção e reduzir gastos. Recuperação de áreas Desenvolver e executar projetos de recuperação de áreas poluídas ou degradadas.

http://guiadoestudante.abril.uol.com.br/profissoes/profissoes_271750.shtml

Um comentário:

  1. Acho q além da profissão propriamente dita esse assunto deveria ser tratado em todas as outras profissões. Design, engenharia civil, arquitetura, entre muitas outras. Chegamos num ponto q n mais da para brincar de preservar.

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